Dendê / Palma

A despeito de todo o entusiasmo que chegou a causar por volta do começo da década de 2010, o plantio de palma-de-óleo nunca chegou a engrenar como prometia. Pelas contas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a área ocupada pela oleaginosa atingiu a marca 202,1 mil hectares – bastante modesta para os padrões do agronegócio brasileiro – dos quais mais de 93% estão no estado do Pará.

Embora os números do IBGE mostrem que a produção vem crescendo de forma consistente, o ritmo tem sido bem mais lento do que se imaginava. Entre 2010 e 2020, a área plantada avançou apenas 93 mil hectares.

Em novembro passado, no entanto, a Brasil BioFuels (BBF) e a Vibra Energia fizeram um anúncio com potencial para alavancar o plantio da palma no país. Ambas têm planos para investir cerca R$ 1,8 bilhão para construírem a primeira usina de diesel verde do país.

Com capacidade para fabricar até 500 mil m³ de biocombustível por ano e inauguração prevista para 2025, o projeto vai exigir o plantio de 120 mil hectares de palma até 2026.

Preocupações

A ideia de ver o plantio da palma-de-óleo crescendo na Amazônia nunca foi popular entre ambientalistas. Eles temem que a história da Indonésia e da Malásia, onde a cultura se tornou um vetor importante de desmatamento se repita por aqui.

Essas preocupações foram captadas pela reportagem "Óleo de palma na Amazônia: energia sustentável ou risco de desmatamento?", publicada originalmente pelo portal Diálogo Chino e reproduzida sob licença por BiodieselBR.com no último dia 29 de março que ressalta uma série de riscos envolvidos na expansão da palma no Brasil.

Parte das preocupações listadas na reportagem é rebatida pela BBF por meio de posicionamento encaminhado à BiodieselBR.com. Segundo a empresa que emprega mais de 6 mil pessoas no plantio de palma, produção de biocombustíveis e geração de eletricidade, todo o cultivo é feito respeitando o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo que limita o cultivo da palma a áreas que tenham sido desmatadas antes de 2007. “A iniciativa, além de inibir o desmatamento, encontrou uma solução para os erros passados”, diz a empresa por meio de nota na qual ressalta que o plantio de palma tem potencial para recuperar áreas degradadas por se tratar de uma cultura perene que contribui para a preservação e enriquecimento dos solos.

“Ademais, a palma de óleo apresenta um balanço positivo em termos de emissões de carbono e gera empregos na região, já que o plantio e a colheita não podem ser mecanizados”, ressalta a nota informando que a BBF emprega mais de 6 mil trabalhadores e mantem um projeto de plantio de palma envolvendo 300 propriedades da agricultura familiar.

A íntegra da nota pode ser lida abaixo:

Em relação à reportagem "Óleo de palma na Amazônia: energia sustentável ou risco de desmatamento?", publicada em 28/03 no Diálogo Chino, a Brasil BioFuels esclarece que as atividades da companhia não estão relacionadas a qualquer questão relativa ao desmatamento ou ao desflorestamento na Amazônia. Pelo contrário, a BBF contribui com a recuperação de áreas degradadas e a geração de emprego e renda para os moradores da região. A BBF emprega mais de 6 mil pessoas e incentiva o Projeto de Agricultura Familiar com aproximadamente 300 famílias na região Norte do País.

Em relação a área plantada pela BBF, todo o cultivo é feito respeitando o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo, programa governamental que define a implementação sustentável desse cultivo, permitindo sua produção apenas em áreas já desmatadas da Região Amazônica antes de 2007. A iniciativa, além de inibir o desmatamento, encontrou uma solução para os erros passados. Regiões que já foram degradadas são recuperadas fazendo parte do zoneamento para o plantio da palma, contribuindo para que o equilíbrio ecológico seja reestabelecido.

A palma de óleo é estratégica para a recuperação de áreas desmatadas, por se tratar de um cultivo perene. O fruto que fornece o óleo é retirado, mas a árvore é mantida, preservando a vegetação e enriquecendo o solo. Ademais, a palma de óleo apresenta um balanço positivo em termos de emissões de carbono e gera empregos na região, já que o plantio e a colheita não podem ser mecanizados.

A BBF, por meio do biodiesel de óleo de palma, atua na descarbonização e na melhoria da qualidade de vida na região Norte, oferecendo uma alternativa sustentável ao diesel S500, combustível fóssil altamente poluente. O diesel S500 contém alto teor de enxofre (500 mg/kg) e alto percentual de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA), substâncias comprovadamente cancerígenas, além de contribuir para a ocorrência de chuvas ácidas na região amazônica. Em contrapartida, o biodiesel de palma não contém enxofre, não emite substâncias cancerígenas e evita a emissão de CO2, oferecendo incontáveis benefícios ambientais, sociais e à saúde pública.

Fábio Rodrigues – BiodieselBR.com

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